Efeito Tschebotarioff

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Efeito Tschebotarioff

Fazer tratamento de solo mole próximo a estruturas existentes é uma tarefa que exige muito cuidado e atenção. Precisamos entender que este tipo de solo quando submetido a cargas, como por exemplo, um aterro, o movimento de recalque não é apenas na vertical, para baixo. Existe o deslocamento horizontal que exerce forças muito grandes de arrastes que podem danificar ou destruir as fundações das obras próximas.

Efeito Tschebotarioff

No exemplo da figura ao lado, o solo mole passou por longo período de tratamento com aterro provisório, com instrumentação. Quando os instrumentos levaram a crer que não haveria problemas, foi construída a cabeceira da ponte, e executado o aterro.

Como dá para perceber, o solo mole não reagiu conforme previsto. Ele rompeu e o movimento horizontal danificou seriamente as estacas de fundação do bloco pelo efeito Tschebotarioff.  A solução foi demolir os blocos, tratar novamente o solo mole, que neste caso utilizou o CPR – Consolidação Profunda Radial, cravar novas estacas e construir novos blocos.

Para compreender o Efeito Tschebotarioff é importante entender a movimentação do solo mole quando submetido à carga do aterro, tecnologia ainda muito utilizada.

Efeito-Tschebotarioff-02De acordo com a figura ao lado, o aterro provisório consiste na cravação de geodrenos verticais em malha quadrada ou triangular, conforme dimensionamento do engenheiro geotécnico, execução de camada de colchão de areia drenante e do aterro. A elevação do aterro tem que ocorrer de forma controlada e paulatina, para que não seja colocada uma carga que possa romper o solo. A instrumentação determina o momento da elevação do aterro para continuar o processo de adensamento. Esta tecnologia necessita de instrumentação constante para medir a velocidade do recalque, como também a sua intensidade. O tempo da permanência do aterro dependerá da instrumentação. Que não será tratada neste informativo.

Efeito-Tschebotarioff-03Com a construção do aterro provisório, cargas verticais atuam sobre o colchão de areia e, consequentemente, sobre o solo mole. Com isso, começa a dissipação da poropressão de forma lenta e paulatina, de cima para baixo, promovendo abatimentos e movimentação no solo mole.

A figura ao lado, ilustra a movimentação lateral do solo, por isso, a necessidade de instrumentação e elevação criteriosa do aterro. É comum, na execução do aterro provisório, construir também bermas de equilíbrio laterais, para evitar exatamente este rompimento indesejado. Na figura abaixo à esquerda, percebe-se o efeito Tschebotarioff sobre as estacas do pavimento, provocado pelo aterro provisório, no solo vizinho.

Efeito-Tschebotarioff-04É importante saber também que a eficiência da consolidação do tratamento do solo mole com aterro provisório atinge uma camada aproximada de 4 a 5 metros. Com isso, quanto mais profunda for a camada do solo mole, mais recalque haverá ao longo da vida útil da estrutura, devido à região de solo não tratada, abaixo da zona de eficiência.

Ratificamos que a tecnologia de consolidação com aterro temporário exige amplo monitoramento das deformações verticais e horizontais, em decorrência da instabilidade da camada de solo mole pelo efeito do peso do aterro.

Efeito-Tschebotarioff-05É importante salientar também que a condição construtiva é lenta e rígida do aterro, necessita quase sempre de bermas laterais, é impróprio para realização junto a obras de arte, a execução dos aterros de projeto e de sobrecarga comumente é feita em mais de uma etapa (análise de estabilidade) pois, geralmente, provoca aumento imediato da poropressão, induzindo problemas de instabilidade e exige tempo bom e prolongado (sem chuvas).

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